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Curso de Violão - Iniciante

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Iniciante

Música - É a arte de combinar sons de uma maneira agradável.

Algumas partes fundamentais:

Melodia - Combinação de sons sucessivos;

Harmonia - Combinação de sons simultâneos;

Ritmo - Uma combinação de valores das notas dispostas no tempo em que são executadas;


Existem maneiras diferentes de tocar o violão onde temos:

Violão Cifrado

O mais usado pelos violonistas onde o instrumento é usado para acompanhar seu canto, dispondo de acordes ou posições embutidos em um ritmo.

Violão Solado

Um método mais aprofundado onde o intérprete executa a melodia da música sem cantar. Muito usado em música erudita onde os violonistas realizam verdadeiras "acrobacias" com o instrumento.


 

 

 

 

 

 

 

Partes do violão

 

1 - Tampo

Corresponde ao corpo do violão. Onde a sonoride varia de acordo com o tamanho, formato, madeira usada na confecção do instrumento.

2 - Rastilho

Parte do instrumento que se prende as cordas

2 - Cavalete

Serve de suporte para prender o Rastilho na altura correta.

3 - Boca

Orifício localizado no corpo do violão por onde o som se propaga.

4 - Cordas

Parte fundamental onde são produzidas as notas musicais. O som e formado a partir da casa precionada no braço do instrumento.

5 - Braço

Parte do instrumento onde se localiza as casas e os trastes.

6 - Trastes

Dividem o braço do instrumento em casas de maneira à alcançar a altura correta das notas.

7 - Casas

Indicam exatamente a localização das Nota musicais.

8 - Pestana

Tem a função de servir como apoio para as cordas direcionando-as para as tarrachas.

9 - Tarachas

Tem a finalidade de alcançar a afinação correta, afroxando ou apertando as corda, conforme a necessidade.

10 - cabeça

Encontrada na parte superior do braço, serve de suporte para o mecanismo das Tarachas.


Mãos

 

Dedos da mão esquerda

1 - Indicador

2 - Médio

3 - Anular

4 - Mínimo

Dedos da mão direita

P - Polegar

I - Indicador

M - Médio

A - Anular


Afinação Tradicional

A Afinação vc tem que treinar muito pois, é pelo ouvido que vc vai ficar sabendo quando o violão está afinado e quando ele não está afinado. Eu aconselho que se tenha um violonista para pelo menos tirar umas dúvidas e dar uns toques. Não se preocupe com o tempo seu ouvido vai ficar ótimo.

Ao tocar as cordas livres, a partir da mais grave, (de cima para baixo) nós emitimos os sons da notas:

MI

LA

RE

SOL

SI

MI

|------------------------------------------------

|------------------------------------------------

|------------------------------------------------

|------------------------------------------------

|------------------------------------------------

|------------------------------------------------

Sempre antes de tocar o instrumento deve se conferir a afinação. Temos que dispor de um Diapasão que emite a nota LA (440 Hertz).

Acertar a primeira corda de baixo para cima a mais fina, pressionando a quinta casa, toque e compare com o Diapasão movimente a taracha aumentando ou diminuindo a nota até ficar equivalente a altura da nota emitida pelo Diapasão.

Obtendo na quinta casa corda 1 a nota La

Obtendo na corda 1 corda solta a nota Mi

Agora pressionamos na segunda corda a quinta casa (nota Mi), comparamos com a primeira corda solta a corda Mi já afinada movimente a taracha até obter o som igual a primeira corda.

Obtendo na quinta casa corda 2 a nota Mi

Obtendo na corda 2 corda solta a nota Si

A seguir pressionamos na terceira corda a quarta casa (nota Si), comparamos com a segunda corda solta a corda Si já afinada movimente a taracha até obter o som igual a segunda corda.

Obtendo na quinta casa corda 3 a nota Si

Obtendo na corda 3 corda solta a nota Sol

Continuando pressionamos na quarta corda a quinta casa (nota Sol), comparamos com a terceira corda solta a corda Sol já afinada movimente a taracha até obter o som igual a terceira corda.

Obtendo na quinta casa corda 4 a nota Sol

Obtendo na corda 4 corda solta a nota Re

Vamos pressionamos na quinta corda a quinta casa (nota Re), comparamos com a quarta corda solta a corda Re já afinada movimente a taracha até obter o som igual a quarta corda.

Obtendo na quinta casa corda 5 a nota Re

Obtendo na corda 5 corda solta a nota La

Finalmente pressionamos na sexta corda a quinta casa (nota La), comparamos com a quinta corda solta a corda La já afinada movimente a taracha até obter o som igual a quinta corda.

Obtendo na quinta casa corda 6 a nota La

Obtendo na corda 6 corda solta a nota Mi

Você pode também começar a afinação usando a quinta corda solta (la) e comparar com o som do Diapasão, apartir desta corda afinada você pode usar os mesmos passos acima para afinar as demais cordas.


Cifras

As cifras são um padrão usado para escrever as notas musicais usando letras.

Notas

Cifras

La

Si

Do

Re

Mi

Fa

Sol

A

B

C

D

E

F

G

As cifras terão que ser decoradas, pelo menos as letras pois vc no ínicio pode fazer uma tabelinha com os acordes.


Acordes

É a produção de vários sons simultâneos obtidos da combinação de varias notas. Nessa combinação há uma nota que é básica e nomeia o acorde, também chamada de Baixo.

Observe como exemplo estas combinações:

DO MI SOL, SOL MI DO ou DO SOL MI

Não importando a ordem das notas, esta combinação de três notas resulta no acorde de DO Maior.

No nosso estudo o acorde será representado por um gráfico que representa uma reprodução do braço do violão, veja abaixo:

C (Do Maior)

 

     |-----|-----|-----|:E

   b |--3--|-----|-----|:A

     |-----|--2--|-----|:D

   . |-----|-----|-----|:G

   . |-----|-----|--1--|:B

   . |-----|-----|-----|:e

As linhas horizontais representam as cordas e as linhas verticais são os trastes

     |-----|-----|-----|:E

     |-----|-----|-----|:A

     |-----|-----|-----|:D

     |-----|-----|-----|:G

     |-----|-----|-----|:B

     |-----|-----|-----|:e  <- cordas="" p="">

  Trastes

    

Os números representam os dedos da Mão Esquerda onde:

 

1 - Indicador

2 - Médio

3 - Anular

4 - Mínimo

 

As letras representam as cordas do instrumento

 

     |-----|-----|-----|:E -> 6ª Corda Mi mais grave

   b |-----|-----|-----|:A -> 5ª Corda La

     |-----|-----|-----|:D -> 4ª Corda Re

   . |-----|-----|-----|:G -> 3ª Corda Sol

   . |-----|-----|-----|:B -> 2ª Corda Si

   . |-----|-----|-----|:e -> 1ª Corda Mi mais agudo

A letra b e os três pontos no lado esquerdo do gráfico representam os dedos da mão direita posicionados sobre as cordas.

O b indica o dedo polegar chamado de BAIXO que é a nota mais importante do acorde. A nota do baixo varia entre as cordas 4, 5 e 6 do instrumento, de acordo com o acorde executado.

 

 

 

 

 

Apresentação

 

Se você faz parte daquela massa de indivíduos que toca (ou acha que toca, embora seus

 

amigos, vizinhos e/ou parentes tenham dúvidas) violão ou guitarra com base naqueles

 

livrinhos do tipo "Violão e Guitarra", "Você Canta o Sucesso", "Toque Musical", etc, etc;

 

mas gostaria de aprofundar um pouco seus conhecimentos musicais tornando-se mais

 

independente, então pode acreditar, esta livro foi escrito para você. Caso contrário, pode

 

parar de ler agora, para não desperdiçar seu precioso tempo.

 

Eu me considero membro desta massa e, minha família parece (ou parecia, espero eu)

 

concordar plenamente comigo. Acontece que, ao longo da tentativa para melhorar meu

 

desempenho fui anotando aqui e alí coisas que acho poderão ser úteis à outros que, como

 

eu, não tenham a menor idéia de como, ou por aonde, começar. Não que eu tenha tido

 

sucesso e melhorado minha "performance", muito pelo contrário, porém isto não significa

 

que você não seja capaz de faze-lo. Aliás, para escrever este livreto tive que aceitar de

 

coração e mente 2 ditados que normalmente ficam entalados na minha garganta de

 

professor ,quais sejam:

 

1. A teoria na prática é outra;

 

2. Quem sabe faz, quem não sabe ensina.

 

Perceberam? Faz o que eu digo mas, não faz o que eu faço (sou um fiasco com um violão

 

na mão e, um fiasco ainda maior, ou pelo menos mais alto, com uma guitarra).

 

As coisas que estão escritas nas páginas seguintes são fruto, como já disse, desta busca pela

 

melhoria de meu desempenho musical que se iniciou, fazem muitos anos,

 

 Desde então já tive 4 outros professores.

 

 

 

 

 

Introdução II - Um Pouquinho de História

 

Muito se tem escrito e falado sobre a origem do Blues que, evidentemente, permanecerá

 

incerta para sempre. Não obstante é possível traçar algumas de suas mais significativas

 

influências, quais sejam, os cantos de trabalho e os "hollers" (lamentos).

 

Os cantos de trabalhos eram tipicamente utilizados por negros trabalhando em grupos no

 

sul dos Estados Unidos, particularmente no Mississipi e Louisiana. Um solista cantava

 

frases curtas que eram então repetidas pelo conjunto dos demais trabalhadores. Estas frases

 

eram emitidas de forma mais ou menos lenta e ritmada, na verdade no ritmo em que se

 

desenvolvia o trabalho. Você provavelmente já deve ter visto isso em algum filme

 

CURSO DE GUITARRA

 

 (especialmente aqueles que apresentam um grupo de presos trabalhando na beira de alguma

 

estrada do Mississipi).

 

Os "hollers", por outro lado, eram produzidos por indivíduos normalmente sozinhos e, por

 

isto, os cantos eram bem mais altos. As atuais canções que se ouve nas igrejas negras

 

protestantes do Estados Unidos ("spirituals") são claramente inspiradas neste estilo.

 

Na musica africana, aonde evidentemente encontram-se as raízes do Blues, a escala musical

 

é pentatônica, ou seja, constituída por apenas 5 notas musicais. Escalas pentatônicas são

 

ainda hoje, principalmente devido a sua relativa simplicidade, utilizadas por musicos dos

 

mais diversos, inclusive no estilo Blues. Veremos este tipo de escala com mais detalhes na

 

lição XI.

 

Quando se interpretavam as canções de trabalho, ou os "hollers", sem acompanhamento

 

instrumental, como deve ter acontecido no principio quando os negros as cantavam no

 

campo, a diferença entre a escala africana (pentatônica) e a escala européia, que contem 7

 

notas musicais (a chamada escala diatônica, que poderia ser também denominada

 

heptatônica), não trazia consigo qualquer problema. Entretanto, quando se tentava

 

acompanhar estas mesmas canções com instrumentos musicais europeus, construídos para a

 

escala diatônica, o conflito era inevitavel. Tal conflito gerou o que hoje se conhece por blue

 

notes, que são consideradas uma tentativa dos músicos afro-americanos de tocar

 

exatamente aquilo que cantavam. Estas blue notes são normalmente a III e a VII da escala,

 

que são tocadas com aumento ou descida de meio tom (veremos isto também na lição XI).

 

Outro aspecto interessante é a de que no Blues normalmente não se encontram canções

 

inteiramente no modo menor. Veremos uma das progressões de acordes mais típicas do

 

Blues na lição X. Não obstante, os solos podem ser amiúde realizados numa escala menor,

 

o que contribui para dar à este estilo musical uma conotação dúbia ou incerta. Uma

 

conotação Blues, diriam os mais puristas.

 

Evidentemente não pretendemos escrever um guia completo sobre Blues, nem mesmo um

 

guia. Nossa intenção é de apenas introduzir as bases teóricas deste estilo, para que se possa,

 

se não toca-lo, pelo menos ouvi-lo de forma mais crítica e apurada.

 

Lição I

 

O Braço da Guitarra e Notas Musicais

 

Obviamente você conhece a escala musical convencional, certo ? Bom, por via das dúvidas

 

aí vai:

 

Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si

 

É usual que se repita a primeira nota da escala, neste caso o Dó, de tal sorte que do ponto de

 

vista prático temos uma escala com 8 notas, sendo a oitava uma repetição da primeira.

 

Você deve também saber que cada uma das notas musicais é usualmente representada por

 

CURSO DE GUITARRA

 

uma única letra. Aliás, esta é a notação que iremos usar durante a maior parte do tempo (ou

 

do texto?) e, é também aquela que você encontra na maioria das revistas de música que

 

podem ser adquiridas em bancas ou distribuidoras por aí (com certeza você já as viu). Neste

 

caso a escala musical comum pode apresentar-se da seguinte forma:

 

C D E F G A B C

 

Esta escala de 8 notas é conhecida por escala diatônica.

 

Em resumo:

 

C = Dó

 

D = Ré

 

E = Mi

 

F = Fá

 

G = Sol

 

A = Lá

 

B = Si

 

Ok ? Passemos à prática. Observe o braço da guitarra. Seria útil se você tivesse uma a seu

 

lado neste momento (é óbvio que um violão também serve). Se você prender a 2a corda no

 

1o traste terá um C (ah, convém lembrar que a primeira corda é a mais fininha, e a 6a a mais

 

desistir, também o fará.

 

Observe a distância (comumente denominada de intervalo) que separa cada uma das notas

 

no braço do instrumento. Cada 2 trastes equivalem a 1 tom. Portanto, o intervalo entre C e

 

D é de 1 tom, o mesmo ocorrendo entre D e E. Porém, entre E e F este intervalo é de

 

apenas 1/2 tom, ou seja, de apenas 1 traste. Isto se repete entre a 7a. e a 8a. nota da escala,

 

ou seja, entre B e C. Uma das perguntas lógicas que pode se seguir a esta explicação é a

 

seguinte: se existem apenas 7 notas musicais (dó, ré, mi, fá, sol, lá e si), que notas então são

 

CURSO DE GUITARRA

 

estas que ficam entre o C e o D, entre o D e o E e assim por diante ? Estas notas equivalem

 

a 1/2 tom (apenas 1 traste) e, cada uma delas recebe o nome da nota que a antecede mais o

 

sufixo sustenido (#) ou, o da nota que vem a seguir mais o sufixo bemol (b). Apenas para

 

ilustrar vale dizer que num piano estas mesmas notas são tocadas nas teclas pretas,

 

enquanto a escala convecional se obten nas teclas brancas.

 

Parece complicado mas não é. A nota entre o C e o D (a do segundo traste) é então um C#

 

ou Db, a do quarto traste um D# ou Eb. As notas seguintes são: F# ou Gb, G# ou Ab e A#

 

ou Bb. Observe que, não há notas entre o E e o F, não existindo, portanto, o E# ou Fb. O

 

mesmo ocorrendo entre o B e o C, ou seja, não existe B# ou Cb. Assim, do ponto de vista

 

prático, existem na verdade 12 notas musicais, que são:

 

C C#(ou Db) D D#(ou Eb) E F F#(ou Gb) G G#(ou Ab) A A#(ou Bb) B

 

Esta escala completa com 12 notas musicais é conhecida como escala cromática. Baseados

 

nisto e, conhecendo a nota que corresponde a cada uma das cordas soltas de uma guitarra

 

com afinação tradicional, é possível deduzir a posição de cada uma das notas ao longo de

 

toda a extensão do braço da guitarra. Veja o esquema abaixo:

 

A partir do 12o. traste o padrão de notas repete-se integralmente. Observe que neste traste as

 

notas são exatamente as mesmas obtidas com as cordas soltas.

 

Decorar todas estas seqüências é um bocado chato (para não dizer outra coisa). Entretanto,

 

isto é fundamental para a compreensão dos princípios de formação de acordes, bem como

 

para o desenvolvimento de solos e improvisações. Não precisa, porém, tentar decorar tudo

 

de uma vez só. Isto virá de forma mais ou menos natural, na medida em que o estudo do

 

CURSO DE GUITARRA

 

instrumento for avançando. Por outro lado, uma olhadinha periódica neste esquema não vai

 

fazer mal nenhum

 

Lição II

 

Escalas Musicais - Introdução

 

Se pedirmos, à praticamente qualquer pessoa, para repetir a escala musical, as chances são

 

de que 11 em cada 10 indivíduos dirá: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó (ou C, D, E, F, G, A, B,

 

C - lembra da lição I ?). Esta noção, embora possa ser útil para se iniciar um processo de

 

aprendizagem de teoria musical é, ao mesmo tempo, uma crença da qual devemos nos

 

afastar com a máxima urgência. Existem, na verdade, inúmeras escalas musicais, das quais

 

pelo menos dois tipos básicos devem ser familiares àqueles que pretendem fazer alguma

 

coisa "decente" com uma guitarra (ou violão). Não pretendemos, nem vamos, esgotar aqui

 

o assunto de escalas musicais, uma vez que o número de escalas possiveis de serem

 

construidas no braço do instrumento é praticamente ilimitado, vamos apenas, como já

 

mencionado, abordar os dois grandes tipos de escalas, a partir das quais na verdade se

 

derivam todas as demais.

 

Podemos, em principio, dizer que as escalas podem ser maiores ou menores. A escala

 

acima mencionada é a de Dó Maior (ou simplesmente de C). Note que a mesma não

 

apresenta qualquer nota "sustenida" (#) ou "bemolizada" (b) e, por isto, é considerada uma

 

escala sem acidentes.

 

Em qualquer escala pode-se sempre identificar as notas por uma seqüência numerada (ou

 

graus), normalmente em algarismos romanos, como abaixo discriminado para a escala de

 

C:

 

I II III IV V VI VII VIII

 

C D E F G A B C

 

Assim, a primeira nota (ou grau) da escala de C é o próprio C, a segunda é D, a terceira é

 

E, e assim sucessivamente até a oitava que, obviamente, é novamente o próprio C. A nota

 

correspondente ao I grau é também denominada de tônica (a que dá o tom, é claro).

 

Observe o intervalo (ou distância) que separa cada uma destas notas. Da primeira (I), que é

 

C, para a segunda (II), que é D, este intervalo é de 1 tom. Da segunda (II) para a terceira

 

(III) que é E, esta distancia é também de 1 tom. Lembre-se, como visto na lição I, que 1

 

tom equivale a 2 trastes no braço da guitarra. Nesta escala a distancia só não é de 1 tom da

 

III para a IV nota (de E para F), bem como da VII para a VIII nota (de B para C), nas

 

quais esta distancia é de 1/2 tom ou, 1 traste no braço da guitarra. Se precisar volte e dê

 

uma olhada na lição I. Reveja com especial antenção a questão dos intervalos entre as

 

notas.

 

Em resumo as notas na escala de dó maior (C), e os intervalos que as separam, são as

 

seguintes:

 

CURSO DE GUITARRA

 

C tom D tom E semitom F tom G tom A tom B semitom C.

 

Neste momento o mais importante nisto tudo não são as notas desta escala de dó maior, que

 

muito provavelmente você já conhece a bastante tempo, mas sim os intervalos que as

 

separam. Porque? Muito simples: as distancias que separam as notas nas escalas

 

maiores são sempre as mesmas. Com esta informação, juntamente com aquelas constantes

 

da lição I, você deve então estar apto à construir qualquer escala maior. Como veremos

 

mais adiante, o conhecimento de escalas é fundamental para o processo de solo e

 

improvisação, isto para não falar na formação de acordes.

 

Pode-se, então, generalizar que a seqüência de notas numa escala maior, qualquer que seja

 

ela, é sempre a seguinte:

 

I tom II tom III semitom IV tom V tom VI tom VII semitom VIII

 

Para chegarmos às escalas menores é inicialmente importante mencionar que estas são

 

sempre derivadas do VI grau de uma escala maior. Como o VI grau da escala de C é A,

 

então a escala de Am (lá menor) é a seguinte:

 

I II III V VI VII VIII

 

A B C D E F G A

 

Existem várias coisas importantes à se observar nestas duas escalas (C e Am). Calma, tudo

 

isto tem uma grande aplicação prática, sim. Mas, vamos primeiro passar pelos aspectos

 

teóricos (pelo menos 2 deles). Observe primeiro que a escala de Am é também uma escala

 

sem acidentes, ou seja, sem sustenidos ou bemóis. Ela é na verdade uma seqüência da

 

escala de C, ou seja:

 

(-------------Escala de Am---------------)

 

C D E F G A B C D E F G A

 

(--------------Escala de C---------------)

 

Por isto a escala de Am é considerada a relativa de C. Isto, do ponto de vista prático,

 

significa que improvisações e solos podem ser feitos indiscriminadamente em qualquer

 

uma das 2 escalas (veremos os desenhos ou formas destas escalas no braço da guitarra na

 

lição III). Ou seja, se você estiver tocando uma música em C, pode improvisar em qualquer

 

uma das duas escalas, ou seja, na de C ou na de Am sem qualquer problema (é provável

 

que não saia nada muito agradavel ao ouvido, pelo menos no princípio, mas não custa nada

 

tentar).

 

Outra coisa importante é observar a distancia que separa cada uma das notas na escala de

 

Am. Note que a seqüência não é a mesma das escalas maiores. Os graus separam-se da

 

seguinte forma:

 

I tom II semitom III tom IV tom V semitom VI tom VII tom VIII

 

CURSO DE GUITARRA

 

O importante aqui é também que esta seqüência é a mesma em todas as escalas menores.

 

Não posso, entretanto, deixar de mencionar que esta escala que está sendo chamada de

 

menor é, na verdade, a escala menor natural. Existem outros tipos de escalas menores

 

mas, isto é uma história um pouco mais longa.

 

Para que você se torne capaz de, sozinho, construir todas as escalas maiores e menores

 

basta apenas mais uma informação, qual seja, a de que a forma mais adequada (e também

 

fácil) de construir novas escalas maiores é a partir do V grau da escala maior anterior. Ou

 

seja, partindo da escala C e, considerando que o V grau desta escala é G, a próxima escala

 

maior deve ser a de G (sol maior). Isto tem um motivo que se tornará óbvio um pouco mais

 

tarde. A escala de G poderia então ter a seguinte configuração:

 

G A B C D E F G

 

Digo poderia porque, na verdade não tem. Se não, então vejamos. Lembra que os

 

intervalos que separam as notas nas escalas maiores são sempre os mesmos? Lembra quais

 

são? Ok, lá vão outra vez: tom, tom, semitom, tom, tom, tom, semitom. Agora olhe a escala

 

acima. A distancia que separa o I (G) do II grau (A) é de 1 tom; aqui tudo certo. A que

 

separa o II grau (A) do III (B) é também 1 tom, logo não há problema. Também não há

 

problema na separação entre o III (B) e o IV grau (C), que é de meio-tom, do IV (C) para o

 

V (D), que é de 1 tom, ou do V (D) para o VI (E), que também é de 1 tom. Porém, pela

 

seqüência de distancias das escalas maiores o VI grau deveria se separar do VII por 1 tom e

 

o VII do VIII por 1/2 tom. Observe que na escala acima esta distancia é de 1/2 tom do V

 

para o VI (de E para F) e de 1 tom do VI para o VII grau (de F para G). Isto é mais fácil de

 

perceber se você estiver com uma guitarra nas mãos e olhar os esquemas da lição I. A

 

conclusão é mais ou menos óbvia: se a seqüência de intervalos é a mesmo em todas as

 

escalas maiores então, é preciso fazer com que as distancias da escala de G, acima

 

apresentada, sigam esta seqüência. Como? Experimente aumentar o VI grau em 1/2 tom, ou

 

seja, transformar o F em F# (fá em fá sustenido). A escala então ficaria assim:

 

I II III IV V VI VII VIII

 

G A B C D E F# G

 

Observe que, agora sim, os intervalos se mantém constantes e iguais aos estabelecidos para

 

a escala de C. Em conseqüência disto surge porém 1 acidente na escala, que é um F#.

 

E a relativa menor da escala de G então, qual seria? Isto mesmo, constroe-se a partir do VI

 

grau. A escala menor relativa de G é, portanto, a de Em (mi menor), que possui a seguinte

 

forma:

 

I II III IV V VI VII VIII

 

E F# G A B C D E

 

Colocando as duas lado a lado teremos:

 

CURSO DE GUITARRA

 

por CD’s Mania 8

 

(--------------Escala de Em-----------------)

 

G A B C D E F# G A B C D E

 

(-----------------Escala de G----------------)

 

Da mesma forma que para a escala de C e sua relativa menor (Am), solos e improvisações

 

podem ser feitos indiscriminadamente nas escalas de G ou Em, estando a melodia em

 

qualquer um destes 2 tons.

 

E a próxima escala maior, qual seria? Certissimo, a de D, que é o V grau da escala maior

 

anterior, ou seja, o V grau da escala de G. Observe que para manter a seqüência de

 

intervalos das escalas maiores (tom, tom, semitom, tom, tom, tom, semitom) é preciso

 

incluir mais 1 acidente na escala de D (agora são portanto 2 acidentes), que é a seguinte:

 

I II III IV V VI VII VIII

 

D E F# G A B C# D

 

A relativa menor da escala de D, construída a partir do VI grau, é portanto Bm (si menor)

 

que, também tem os mesmos 2 acidentes e mantem as distancias características das escalas

 

menores separando cada nota. Ela tem, portanto, a seguinte forma:

 

I II III IV V VI VII VIII

 

B C# D E F# G A B

 

A próxima escala maior seria construída a partir do V grau da escala de D, ou seja, A (lá

 

maior). Que tal tentar construi-la sozinho? E sua relativa menor? Lembre-se sempre de que

 

a relativa menor deverá derivar-se a partir do VI grau da escala maior e, que os intervalos

 

que separam as notas de uma escala devem seguir as seqüências padronizadas, que são:

 

tom, tom, semitom, tom, tom, tom e semitom para as escalas maiores e tom, semitom, tom,

 

tom, semitom, tom e tom para as escalas menores. Procure observar também que,

 

construindo escalas maiores a partir do V grau da escala maior anterior os acidentes vão

 

aparecendo de forma gradual.

 

Bom, agora é interessante que você tente (e consiga, obviamente), construi-las sozinho(a).

 

Vamos lá?

 

Lição III

 

Escalas - Alguns desenhos básicos no Braço da Guitarra

 

Agora que já vimos diversos aspectos teóricos relativos às principais escalas musicais,

 

vamos nos concentrar em alguns pontos práticos, ou seja, em como localizar cada uma

 

destas escalas no braço do instrumento. Felizmente existem alguns "desenhos" básicos de

 

escalas. Por "desenhos" entendemos a seqüência de notas no braço da guitarra que contem

 

todas as notas que compõem a escala em questão. É importante lembrar que é esta escala

 

CURSO DE GUITARRA

 

por CD’s Mania 9

 

(ou sua relativa) que deve ser utilizada para solar uma música no tom desejado, ou seja,

 

utiliza-se a escala de C (e/ou a de Am) para solar uma música em C.

 

Eu diria que, de forma geral, 3 desenhos básicos devem atender a necessidade da maioria

 

de nós principiantes. Na verdade a medida em que nos aprimoramos no uso do instrumento

 

parece que o número cai, ao invés de aumentar. Alguns bons músicos já me disseram que

 

baseiam todos, ou quase todos, os seus solos e improvisações em um único desenho, mais

 

especificamente em um desenho menor semelhante ao que veremos abaixo como "segundo

 

desenho".

 

Vamos, nos esquemas abaixo, assim como em todos os subseqüentes neste livro, utilizar a

 

seguinte convenção (estou supondo que você seja destro e toque guitarra na posição

 

convencional):

 

1 = dedo indicador da mão esquerda,

 

2 = dedo médio da mão esquerda,

 

3 = dedo anelar da mão esquerda e,

 

4 = dedo mínimo da mão esquerda.

 

Para o primeiro desenho básico, que é um desenho maior, siga os seguintes passos:

 

1o. - localize, na 6a. corda (E), a nota correspondente a escala desejada - Enquanto você não

 

souber todas as notas da 6a. corda utilize o esquema apresentado na lição I;

 

2o. - coloque o dedo 2 sobre o traste em questão;

 

3o. - siga a seqüência apresentada no esquema abaixo.

 

CURSO DE GUITARRA

 

Se você der uma conferida no esquema apresentado na lição anterior vai descobrir que o

 

dedo 2 na 6a.corda foi colocado sobre a nota C (8o. traste). Esta é, portanto, a escala de C.

 

Se você mover este desenho como um todo para o inicio do braço da guitarra colocando,

 

por exemplo, o 2o. dedo no 3o. traste, terá então a escala de G. E se o 2o. dedo for colocado

 

sobre o 6o. traste e o mesmo desenho então repetido, que escala será obtida? Se você

 

respondeu A# então, acertou. Caso contrário, sinto muito mas, leia tudo outra vez.

 

Para o segundo desenho básico, que é um desenho menor, siga a seqüência

 

abaixo:

 

1o. - localize, na 6a. corda (E), a nota correspondente a escala desejada -

 

Enquanto você não souber todas as notas da 6a. corda utilize o esquema

 

apresentado na lição I;

 

2o. - coloque o dedo 1 sobre o traste em questão;

 

3o. - siga a seqüência apresentada no esquema abaixo.

 

Dê outra conferida nas lições anteriores e você verá que esta seqüência corresponde

 

exatamente a escala de Am. Ou seja, estas duas escalas apresentadas anteriormente no

 

braço da guitarra correspondem a uma escala maior e sua relativa menor.

 

E se eu desejasse solar ou improvisar uma música cujo tom é Bm (ou D, lembre-se de que

 

estas duas escalas são relativas)? Isto mesmo, basta repetir o desenho colocando o dedo 1

 

no 7o. traste e teremos a escala de Bm. E se o dedo 1 fosse colocado no 8o. traste e a

 

seqüência repetida? Exatamente. Teríamos a escala de Cm. Acertou? Ótimo. Caso

 

contrário, repita tudo outra vez.

 

CURSO DE GUITARRA

 

por CD’s Mania 11

 

Muito bem. Se você lembrar do esquema contendo a escala cromática visto na lição I

 

deverá notar que as mesmas notas repetem-se, porém em posições diferentes obviamente,

 

também nas demais cordas. Desta forma, é possível também construir escalas a partir de

 

qualquer uma delas. É interessante porém que vejamos um dos desenhos bastante comum

 

de escalas maiores a partir da 5a. corda (A). Para construir estas escalas você deve seguir a

 

seqüência abaixo:

 

1o. - localize, na 5a. corda (A), a nota correspondente a escala desejada - Enquanto você não

 

souber todas as notas da 5a. corda utilize o esquema apresentado na lição I;

 

2o. - coloque o dedo 1 sobre o traste em questão;

 

3o. - siga a seqüência apresentada no esquema abaixo.

 

Se você conferir as notas correspondentes a cada um dos trastes indicados verá que esta

 

escala é também de C. E se você desejasse a escala de Eb, por exemplo, a partir de que

 

traste, na 5a. corda, repetiria o padrão acima? Se respondeu a partir do 6o. traste acertou,

 

caso contrário é melhor começar tudo outra vez.

 

Evidentemente estes padrões, como já mencionado, são apenas alguns com os quais você

 

pode iniciar o estudo de escalas. Alguns outros vão inclusive aparecer em lições

 

subseqüentes.

 

Se as coisas não ficarem claras até você chegar a este ponto, siga este conselho: recomece

 

da lição I, ou do ponto em que você começou a realmente sentir dificuldade.

 

Lição IV

 

CURSO DE GUITARRA

 

Formação de Acordes - Parte A

 

Como já mencionado nas lições anteriores, intervalo é a distância que separa duas notas

 

musicais. Os intervalos recebem denominações diversas, como abaixo especificado:

 

Nome Distâncias Exemplo

 

Segunda menor 1/2 tom (1 traste) C para Db

 

Segunda maior 1 tom (2 trastes) C para D

 

Terça menor 1 1/2 tons (3 trastes) C para Eb

 

Terça maior 2 tons (4 trastes) C para E

 

Quarta perfeita (ou justa) 2 1/2 tons (5 trastes) C para F

 

Quarta aumentada ou Quinta diminuta 3 tons (6 trastes) C para F#

 

Quinta perfeita (ou justa) 3 1/2 tons (7 trastes) C para G

 

Quinta aumentada ou Sexta menor 4 tons (8 trastes) C para G#

 

Sexta maior ou Sétima diminuta 4 1/2 tons (9 trastes) C para A

 

Sétima menor 5 tons (10 trastes) C para Bb

 

Sétima maior 5 1/2 tons (11 trastes) C para B

 

Oitava 6 tons (12 trastes) C para C

 

Usaremos também as seguintes abreviaturas:

 

M = maior

 

m = menor

 

J = justa (perfeita)

 

+ ou Aum = aumentada

 

o = diminuta

 

Muito bem. Isto é meio sacal (para não dizer chatíssimo) mas, tem que ser decorado se você

 

quiser realmente dominar todo o processo de formação de acordes, ao invés de memorizar

 

uma meia dúzia deles (de qualquer forma, na Lição VII vamos tentar facilitar a vida vendo

 

uma forma simples de memorizar alguns acordes). Aliás, por acorde entende-se duas ou

 

mais notas tocadas simultaneamente (ou quase simultaneamente).

 

CURSO DE GUITARRA

 

Agora é fácil. Com 5 regrinhas básicas é possível formar os principais acordes, ou seja,

 

aqueles com os quais você deve ser capaz de harmonizar a grande maioria das melodias. Os

 

acordes principais são formados por tríades, ou seja, três notas encontradas na escala a que

 

o mesmo pertence e, a posição relativa destas notas é sempre a mesma, qualquer que seja a

 

escala em questão. Vamos as regras:

 

Acorde Notas que Compõem Exemplo Acorde

 

Maior I + IIIM + VJ C + E + G C

 

Menor I + IIIm + VJ C + Eb + G Cm

 

Aumentado I + IIIM + VAum C + E + G# CAum (C5+)

 

Diminuto I + IIIm + VO C + Eb + Gb CO

 

Sétimo I + IIIM + VJ + VIIm C + E + G + Bb C7

 

Agora basta aplicar esta seqüência de regras à qualquer uma das escalas (veja Lição II) e

 

montar os acordes correspondentes. Se você não tentar não tem graça.

 

Lição V

 

Formação de Acordes - Parte B

 

Noção de Campo Harmônico

 

Existem várias abordagens possíveis para o aprendizado dos princípios de formação de

 

acordes, uma delas foi vista na lição IV. Veremos outra a seguir.

 

Primeiro escolha uma escala qualquer, como a de C, por exemplo. Em seguida escreva a

 

escala com os números (graus) corrrespondentes a cada nota, como a seguir:

 

C D E F G A B C

 

I ii iii IV V vi viio VIII

 

Alguns numeros foram escritos com tipos menores de propósito. A razão ficará evidente

 

daqui a pouco.

 

A seguir, harmonize (ou organize) a escala em terças, isto é, coloque lado a lado a I e a III

 

nota. Isto é denominado de harmonização em terças diatônicas. Lembre-se que a terça pode

 

ser maior ou menor (veja lição IV). Uma terça é dita menor quando o intervalo que a

 

separar da tônica (I) for 1 1/2 tons (3 trastes) e é maior quando este intervalo for de 2 tons

 

(4 trastes).

 

CURSO DE GUITARRA

 

A harmonização em terças diatônicas tem então o seguinte resultado:

 

C - E Maior

 

D - F

 

E - G

 

F - A Maior

 

G - B Maior

 

A - C

 

B - D

 

Não há necessidade de repetir a oitava.

 

Observe que os pares 1, 4 e 5 são formados por terças maiores (isto está indicado ao lado de

 

cada par), enquanto os demais (2, 3, 6 e 7) são formados por terças menores. Importante:

 

este padrão é sempre o mesmo para todas as escalas maiores.

 

Agora acrescente o V grau da escala ao lado do par já existente:

 

C - E - G Maior

 

D - F - A

 

E - G - B

 

F - A - C Maior

 

G - B - D Maior

 

A - C - E

 

B - D - F

 

Olhe agora e procure lembrar-se da lição anterior. Você deve perceber que as triades 1, 4 e

 

5 formam acordes maiores, enquanto as de número 2, 3 e 6 formam acordes menores e, a de

 

número 7 um acorde diminuto. Este padrão repete-se em todas as escalas maiores.

 

Analisando os resultados terminamos com as formulas mencionadas na lição IV, ou seja:

 

Acorde maior - tônica (I) + terça maior (IIIM) + quinta justa

 

(VJ)

 

Acorde menor - tônica (I) + terça menor (IIIm) + quinta

 

justa (VJ)

 

Acorde diminuto - tônica (I) + terça menor (IIIm) + quinta

 

diminuta (Vo).

 

Este mesmo esquema utilizado na confecção de acordes permite que se discuta a noção de

 

campo harmônico. Observe que construimos uma seqüência de acordes com as notas que

 

formam a escala de C. Esta seqüência de 7 acordes, que contem 3 acordes maiores, 3

 

menores e 1 diminuto, é a seguinte:

 

CURSO DE GUITARRA

 

C Dm Em F G Am Bo

 

Este conjunto forma o que se denomina de campo harmônico, no caso o de C. O importante

 

nisto é que os acordes de um mesmo campo harmônico soam bastante bem quando tocados

 

uns com os outros e, por isto mesmo, são comumente utilizados na composição musical. Ou

 

seja, quando você for tentar "tirar" uma música procure inicialmente por acordes do mesmo

 

campo harmônico. As chances são de que 9 em cada 10 músicas são compostas com

 

acordes relacionados desta forma.

 

É evidente que a seqüência acima reflete apenas o campo harmônico de C. Portanto, agora

 

resta aplicar este mesmo principio com todas as 12 notas musicais e você terá construido os

 

principais acordes em todos os tons e, o que é igualmente importante, o campo harmônico

 

para cada um dos tons musicais.

 

Do ponto de vista prático seria interessante que você pegasse um esquema contendo todas

 

as notas do braço da guitarra, como o apresentado na lição I, e construisse suas próprias

 

triades nas mais variadas posições no braço do instrumento. Boa sorte.

 

Lição VI

 

Escalas - Modos

 

Da primeira vez em que alguém me falou de modos fiquei com um nó na cabeça. Não

 

entendi patavinas. Achei que aquele era o principio do fim da minha carreira de musical (de

 

musico teórico, "prá" bem da verdade). No fim, descobri que não era nada disso. Vou tentar

 

colocar isto aqui da forma mais simples possível e, é inacreditável como é simples.

 

Para que você possa efetivamente utilizar os diferentes modos é importante conhecer as

 

escalas musicais em todos os tons. Se este não for o seu caso não há problema, pelo menos

 

a principio pois, você deverá ser capaz de compreender a coisa assim mesmo. Porém, para

 

fazer uso desta informação o conhecimento das escalas é fundamental.

 

Modos são apenas escalas derivadas da escala maior. Na lição II vimos que cada escala

 

maior tem uma relativa menor derivada a partir do VI grau. Lembra? A escala de C, por

 

exemplo, tem a de Am como sua relativa. Reveja abaixo.

 

=> (-----Escala de Am-----)

 

=>C D E F G A B C D E F G A

 

=>(---- Escala de C ------)

 

A questão é simples: assim como posso construir uma escala contendo as mesmas notas a

 

partir do VI grau, é possivel construi-las a partir de qualquer grau da escala maior. Há,

 

portanto, 7 modos distintos de se tocar uma escala diatônica, iniciando-se em qualquer

 

ponto da mesma. Se você iniciar em E, por exemplo, terá:

 

E F G A B C D E

 

CURSO DE GUITARRA

 

Fácil, não? Este modo, que se inicia no III grau da escala (E, no caso da escala de C) é

 

denominado de modo Frígio. Muito bem, para que serve isto? Agora você precisa usar um

 

pouco o ouvido e, se possível, um amigo. Peça para que ele toque o acorde de C enquanto

 

você executa a escala no modo frígio, de E à E. Ela deve soar exatamente como a escala de

 

C. Agora peça para que ele toque Em e repita a escala. Soa diferente? Mais alegre ou mais

 

triste? Para entender porque eu disse para tocar o acorde de Em você precisa rever lição

 

anterior sobre formação de acordes. Repita este mesmo procedimento iniciando em D.

 

Toque a escala sobre o acorde de C e depois sobre o de Dm. Que tal o efeito? Esta escala

 

iniciando no II grau é conhecida como modo Dórico.

 

A tabela abaixo resume os modos com suas principais caraterísticas:

 

Grau Nome Tipo

 

(Acorde) -

 

Ver lição V

 

Característica

 

Sonora

 

I Jônico(=Jônio) Maior Imponente,

 

majestoso, alegre

 

II Dórico Menor "Weepy" - Musica

 

country

 

III Frígio Menor "Dark", "down" -

 

"Heavy metal"

 

IV Lídeo Maior Suave, doce

 

V Mixolídeo Maior Levemente triste -

 

Blues e rock

 

VI Eólio Menor Escala Menor

 

Natural - Uso

 

geral

 

VII Lócrio Menor Exótico, meio

 

oriental

 

O interessante agora seria que você construisse os 7 modos possíveis em cada uma das

 

escala e, evidentemente, tocasse em seguida cada um deles.

 

Observe que neste sistema utilizou-se modos diferentes em um mesmo tom, isto é, as

 

notas componentes de cada modo eram exatamente as mesmas e, por isto, oriundas da

 

escala de um mesmo tom. Acontece que é também possível construir modos diferentes

 

mantendo o I grau fixo e modificando o tom em cada uma delas, isto é, modos diferentes

 

CURSO DE GUITARRA

 

por CD’s Mania 17

 

em tons diferentes. Isto é um pouco mais complicado (por favor, só siga adiante se você já

 

tiver realmente um bom conhecimento das lições anteriores) e exige que se decore algumas

 

regras básicas, a saber:

 

Jônico = Escala Maior

 

Dórico = IIIb e VIIb

 

Frígio = IIb, IIIb, VIb e VIIb

 

Lidio = IV#

 

Mixolidio = VIIb

 

Eólio = IIIb, VIb e VIIb

 

Lócrio = IIb, IIIb, Vb, VIb e VIIb

 

Mantendo C como tônica, por exemplo, cada um dos modos apresenta-se da seguinte

 

forma:

 

Jônico = C D E F G A B C Tom = C

 

Dórico = C D Eb F G A Bb C Tom = Bb

 

Frígio = C Db Eb F G Ab Bb C Tom = Ab

 

Lidio = C D E F# G A B C Tom = G

 

Mixolidio = C D E F G A Bb C Tom = F

 

Eólio = C D Eb F G Ab Bb C Tom = Eb

 

Lócrio = C Db Eb F Gb Ab Bb C Tom = Db

 

Seria também conveniente que você escrevesse cada um dos modos para os diferentes tons

 

e, em seguida, tocasse cada um deles. Procure perceber as diferenças entre eles do ponto de

 

vista melódico

 

Lição VII

 

Formação de Acordes - Parte C

 

Não estou muito convencido de que esta lição esteja adequadamente colocada no contexto

 

deste livro, uma vez que ela é quase totalmente destituída de um embasamento teórico

 

adequado. Ela é também tão banal que dificilmente alguém que toque um pouco de guitarra

 

já não conheça o seu conteúdo. Por outro lado, o assunto é tão prático que não acho justo

 

deixar de menciona-lo. Portanto, aí vai! Ah, o texto é baseado em outro de autoria de

 

"Denny Straussfogel" e, que circulou na Internet. Infelizmente não tenho qualquer outra

 

referência sobre o autor ou origem do texto.

 

Esta lição é destinada principalmente àqueles indivíduos que ficam "empacados" nas

 

versões ditas "fáceis" de certas canções ou, que não conseguem sequer inicia-las por

 

desconhecerem acordes como C#m7. Serve também de atalho para preguiçosos que não

 

deram a devida atenção as lições anteriores sobre formação de acordes.

 

A grande maioria das canções pode ser tocada se você conhecer os acordes com pestana. A

 

chave para tocar tais acordes é, evidentemente, a capacidade de fazer a pestana em si. Por

 

CURSO DE GUITARRA

 

pestana entende-se a habilidade de prender todas as seis cordas da guitarra com o dedo

 

indicador. É claro que o som obtido a partir da pestana deve ser "limpo" e, esta é talvez a

 

parte mais difícil. Como os dedos indicadores das pessoas tem formatos um pouco

 

diferentes, não existe uma posição ideal para a pestana. Você vai ter que descobrir

 

experimentando sozinho. Simplesmente pince o braço da guitarra entre os dedos indicador

 

e polegar, com o indicador prendendo todas as 6 cordas do instrumento. O polegar deve

 

fazer pressão contra o braço da guitarra, aumentado assim a pressão do indicador contra as

 

cordas. Escolha um traste qualquer e, mãos a obra. Tenho a impressão que os trastes de 3 a

 

7 são mais fáceis de trabalhar. Não espere sucesso da primeira vez. Isto por si só já seria

 

uma raridade. Vá trabalhando com calma as cordas uma a uma, até que o som saia claro em

 

todas as 6. Importante: não desista. Não conheço ninguém que tenha tentado e não tenha

 

conseguido.

 

Agora aos acordes. A única teoria que você precisa saber é que os trastes da guitarra são

 

análogos a escala musical de 12 notas (rever lição I). Isto quer dizer que, se você estiver

 

fazendo um acorde de F e move-lo por inteiro para o traste seguinte terá avançado 1/2 tom,

 

e tem portanto um F#. Um traste mais e, "voilá", um G. Um mais e teremos um G# (ou Ab)

 

e assim por diante até completar todo o braço da guitarra. Se você já não o conhece, o que

 

acho difícil, veja abaixo o esquema do acorde de F:

 

A forma apresentada acima corresponde a primeira de duas formas básicas, cada uma

 

constituída de pelo menos 4 subtipos, quais sejam: maior, menor, sétima e sétima menor. O

 

esquema apresentado acima representa, evidentemente, um tipo maior. Os demais tipos são

 

obtidos pelo rearranjo dos dedos 2 e 3. Aprendendo estas posições você pode tocar

 

praticamente qualquer acorde. Bbm7 também? Positivo, sem problema. Vamos primeiro

 

olhar os outros 3 tipos básicos.

 

Menor - basta tirar apenas o dedo 2

 

Sétima (maior) - basta tirar apenas o dedo 3

 

Sétima menor - basta tirar os dedos 2 e 3.

 

CURSO DE GUITARRA

 

Vejamos os esquemas para G, Gm, G7 e Gm7:

 

CURSO DE GUITARRA

 

Agora lembre-se, a utilidade disto é que se você deslizar todo o acorde um traste para cima

 

(em direção ao corpo da guitarra) estará tocando G#, G#m, G7 e G#m7, respectivamente.

 

Suba mais 1/2 tom (1 traste) e terá A, Am, A7 e Am7, e assim sucessivamente. Desça 1

 

traste, ao invés de subir, e terá F#, F#m, F#7 e F#m7. Se descer mais 1/2 tom (1 traste) terá

 

esta mesma seqüência para F e, descendo ainda mais 1/2 tom você não precisará mais fazer

 

a pestana e, terá então E, Em, E7 e Em7.

 

Eram duas formas básicas, lembra? Agora vamos para a segunda forma. Vamos repetir o

 

processo iniciando também no 3o. traste. Se você fizer a pestana neste traste e colocar os

 

dedos como na figura abaixo terá um C e seus derivados.

 

CURSO DE GUITARRA

 

por CD’s Mania 21

 

CURSO DE GUITARRA

 

por CD’s Mania 22

 

Observe que neste segundo padrão básico a 6a. corda não é tocada. Como na primeira

 

forma, subindo e descendo nos trastes você obtêm os acordes em diferentes tons. Subindo 1

 

traste (1/2 tom) terá a seqüência para C#, mais 1 traste para D, outro para D# e assim

 

sucessivamente. Pegou?

 

Talvez uma das coisas mais importantes desta lição seja deixar claro que, se você aprender

 

qualquer acorde, em qualquer traste do instrumento, poderá obter todos os demais

 

simplesmente subindo ou descendo ao longo do braço. Espero que você tenha se dado conta

 

que o braço tem, no mínimo, 12 trastes, que correspondem exatamente as 12 notas musicais

 

vistas na lição I.

 

Lição VIII

 

Triades Maiores - Localização no Braço da Guitarra

 

Como já mencionado em lições anteriores, a principio não é necessária a memorização dos

 

acordes, uma vez que é possível aprender a construi-los a partir de algumas regras básicas,

 

regras estas que também já analisamos. Vimos, por exemplo, que os acordes são formados

 

fundamentalmente pelo I, III e V graus das escalas (com as devidas variações para formar

 

acordes maiores, menores, diminutos, etc). Do ponto de vista prático é, portanto,

 

interessante montar-se um mapa do braço da guitarra que permita mostrar a localização

 

relativa de cada uma das notas básicas que compõem cada tom. Pode-se iniciar com as

 

relações entre a tônica e o III grau. Observe:

 

CURSO DE GUITARRA

 

Estas posições relativas são as mesmas em todo o braço do instrumento. Um bom exercício

 

é escolher qualquer região no braço da guitarra e tocar a seqüência de tônicas e terças.

 

Deve-se em seguida aprender as relações entre o V grau e a tônica. Vamos lá:

 

CURSO DE GUITARRA

 

Da mesma forma que com as terças, as relações entre a tônica e as quintas (V grau) são as

 

mesmas ao longo de todo o braço da guitarra. Exercite-se tocando o mapa completo de

 

tônicas e quintas a partir de qualquer região do braço do instrumento. Use as diferentes

 

notas (C, D, E, etc) como tônicas.

 

Muito bem. Agora falta botar as tônicas, o III grau e o V grau juntos, em um mesmo mapa.

 

O resultado é este:

 

CURSO DE GUITARRA

 

por CD’s Mania 25

 

Parece familiar, não. Com certeza você deve ser capaz de reconhecer neste esquema os

 

padrões de cinco acordes básicos: C, D, E, G e A (indicados pelas letras fora do braço).

 

Atenção, o esquema não está representando o acorde em sí, mas o padrão representado por

 

ele. O padrão G, por exemplo, está sendo representado com a tônica no 4o traste, e o A no

 

1o. O importante é lembrar que este mapa é móvel, ou seja, escolhendo qualquer nota como

 

tônica você deve ser capaz de localizar todas as demais notas seguindo o mesmo padrão

 

básico e, portanto, o acorde em questão.

 

Existe pelo menos 1 exercício básico que deve ajuda-lo a memorizar este padrão básico,

 

qual seja, o de identificar em cada acorde que você tocar (pode começar pelos vistos na

 

lição anterior) onde estão a tônica, a terça (III grau) e a quinta (V grau). Desta forma você

 

terminará memorizando todo o mapa e, dai por diante será capaz de construir sozinho seus

 

próprios acordes, que irão se tornando mais complexos a medida que você for

 

acrescentando outras notas (ou graus), como a sétima, por exemplo.

 

Lição IX

 

Progressão de Acordes

 

Esta lição requer uma boa dose de duas coisas: (1) teoria musical e (2) capacidade de

 

"sentir" os sons. É a partir deste ponto que musica deixa de ser um conjunto de regras

 

lógicas e assume seu caráter mais "artístico". Vamos lá. Toque um acorde maior qualquer,

 

o de G, por exemplo. Ouviu? Sentiu? Agora toque um Gm. Ouviu a diferença? Sentiu a

 

diferença? A maioria dos autores, quando tenta expressar com palavras esta diferença,

 

costuma descrever o som dos acordes maiores como alegres, "prá" cima, "up" e outros

 

adjetivos similares, enquanto os acordes menores são descritos com sendo exatamente ao

 

CURSO DE GUITARRA

 

por CD’s Mania 26

 

contrário, ou seja, tristes, "prá" baixo, "down". Assim, músicas com motivos tristes, de

 

"fossa", etc, tendem a ser construidas em tons menores, ao contrário das musicas alegres,

 

que exprimem felicidade. Este tipo de sentimento que é normalmente gerado por diferentes

 

acordes é também utilizado na construção de padrões seqüênciais pré-definidos, ou seja,

 

que contem seqüências de acordes, denominadas progressões.

 

À prática. Pegue uma seqüência de acordes qualquer numa canção, uma como C F G C.

 

Isto é uma progressão de acordes. Entendeu? Agora ao que realmente interessa. Pegue uma

 

guitarra e toque esta progressão. Repita a seqüência várias vezes experimentando diferentes

 

ritmos e batidas. Parece que todos os acorde se encaixam perfeitamente? Soa familiar? Pois

 

bem, devia. Você deveria ser também capaz de perceber (sentir?) que quando chega ao G

 

ele parece estar pedindo que uma outra nota seja tocada logo em seguida. Este "apelo" é

 

comumente denominado de tensão. Ou seja, certas notas conduzem à um crescendo, à um

 

acúmulo de tensão. Quando você volta ao C esta tensão é liberada. Da próxima vez que

 

ouvir uma boa musica (clássica ou popular) tente perceber a tensão se acumulando em

 

determinados trechos, até atingir um clímax (com certa freqüência a parte mais alta), para

 

ser em seguida liberada. Esta progressão, que é uma das mais comuns nos dias atuais, é

 

denominada de progressão I IV V, e tem justamente estas características, quais sejam,

 

acúmulo de tensão e posterior liberação.

 

Você é capaz de adivinhar porque ela é denominada de I IV V? Isto mesmo, porque é

 

composta dos acordes de numero I, IV e V de uma escala musical, neste caso a de C. Veja

 

abaixo:

 

C D E F G A B C

 

I II III IV V VI VII VIII

 

Na escala de D, por exemplo, ela teria a seguinte formação: D G A D. Volte à lição II e

 

confira. Monte esta mesma progressão para as diferentes escalas.

 

Uma outra progressão bastante comum é a I III IV. Que na escala de C resultaria em C E

 

F. E na escala de E? Isto mesmo, E G# A. Experimente com esta progressão em diferentes

 

escalas e com diferentes batidas..

 

Nos vamos voltar às progressões quando falarmos de blues. Há, entretanto, duas coisas que

 

você deve lembrar neste momento: (1) um grande número de canções baseia-se em

 

progressões típicas e relativamente fáceis de serem aprendidas e (2) as progressões

 

constituem-se apenas numa base que permite inúmeras variações, e não em regras fixas.

 

Aliás, os grandes músicos são justamente aqueles que de certa forma desrespeitam estas

 

progressões sem, entretanto, quebrar a harmonia do conjunto musical. Em outras palavras, a

 

tensão é acumulada e quebrada através de uma progressão não convencional de acordes (o

 

termo criatividade em toda sua extensão).

 

Lição X

 

CURSO DE GUITARRA

 

Progressão Blues de 12 Compassos

 

Lembra o que já vimos sobre progressão de acordes? Pois bem, vamos agora aplica-la ao

 

Blues. Todo guitarrista interessado em Blues (na verdade também em rock) deve conhecer

 

a progressão Blues de 12 compassos (de "cór" e salteado). Deve ser capaz de toca-la de

 

olhos fechados, de trás para frente, etc.

 

Antes de passar à progressão propriamente dita acho que vale a pena lembrar a definição de

 

compasso, qual seja, a de unidade métrica de tempo. Explico, muito embora seja meio

 

complicado botar em palavras. Quando você ouve uma musica qualquer deve perceber que

 

há sempre uma batida rítmica (regular) de fundo. Cada uma destas batidas corresponde

 

normalmente a um compasso (ou uma subdivisão deste). Ouça uma musica qualquer.

 

Percebe? É como o tic-tac de um relógio. Se você não consegue perceber isto sozinho então

 

temos um problema, pois não é possível explicar muito bem com palavras. O ideal seria

 

procurar alguém que tenha algum conhecimento musical e pedir que ele(a) lhe mostre (na

 

prática) o que um compasso significa. De qualquer forma, se ainda não conseguiu, é

 

possível que você perceba isto tocando a progressão de Blues que veremos a seguir.

 

Na sua forma mais elementar esta progressão constitue-se de 3 linhas de quatro compassos

 

cada. Em cada compasso toca-se um acorde, que vai sofrendo pequenas modificações em

 

cada uma delas. Assim:

 

I / / / I / / / I / / / I / / /

 

IV / / / IV / / / I / / / I / / /

 

V7 / / / V7 / / / I / / / I / / /

 

I = tônica (pode escolher o acorde correspondente ao tom que mais lhe agradar). Sugiro

 

começar por algo como A ou E.

 

IV = quarto grau (também conhecido como subdominante)

 

V = quinto grau ou dominante sétima.

 

Experimente tocar este padrão fazendo com que cada compasso contenha 4 batidas. Pode

 

bater com o pé mesmo. Bata ritmicamente, na velocidade que mais lhe aprouver, e a cada 4

 

batidas toque o acorde estabelecido. O momento de troca do acorde corresponde a primeira

 

batida do compasso. Tente!

 

Para cada um dos diferentes tons maiores, por exemplo, pode-se usar os seguintes acordes:

 

I = C IV = F V 7 = G7

 

CURSO DE GUITARRA

 

I = D IV = G V7 = A7

 

I = E IV = A V7 = B7

 

I = F IV = B V7 = C7

 

I = G IV = C V7 = D7

 

I = A IV = D V7 = E7

 

I = B IV = E V7 = F#7

 

Procure ouvir com atenção as relações entre os acordes. Particularmente entre a tônica e

 

dominante 7. Procure perceber como a tensão cresce a medida em que se toca a

 

dominante 7. Tensão esta que é aliviada quando se retorna à tônica. É como se esta última

 

fosse chamada pela dominante 7. Esta relação entre tônica e a dominante 7 é muito

 

importante na musica, não apenas no Blues. Faz na verdade parte de progressões comuns

 

no rock, country, etc. Procure tentar identifica-la quando ouvir musica.

 

Observe que na seqüência de 12 compassos que vimos acima a tensão gerada pela

 

dominante 7 nos compassos 9 e 10 foi aliviada retornando-se à tônica nos compassos 11 e

 

12. O que aconteceria então se substituir-mos o compasso 12 também pela dominante 7?

 

Assim:

 

I / / / I / / / I / / / I / / /

 

IV / / / IV / / / I / / / I / / /

 

V7 / / / V7 / / / I / / / V7 / / /

 

Neste caso você obtém um acorde que conduz outra vez para a tônica, ou seja, para um

 

reinicio do fraseado. Utilize esta substituição quando você for repetir a progressão.

 

Entretanto, você não deve terminar uma musica com uma dominante 7. Soa como um caso

 

mal resolvido. Portanto, da última vez que você tocar a progressão, substitua outra vez no

 

último compasso a V7 pela I.

 

Esta progressão pode soar ainda melhor se você atrasar um pouco a dominante 7 no último

 

compasso, ou seja, segurar a tônica durante uma batida a mais no compasso de número 12.

 

Veja abaixo:

 

I / / / I / / / I / / / I / / /

 

CURSO DE GUITARRA

 

 

 

IV / / / IV / / / I / / / I / / /

 

V7 / / / V7 / / / I / / / / V7 / /

 

Experimente. Somente tocando você perceberá a diferença.

 

Outra modificação interessante consiste em substituir a dominante 7 do 10o compasso pela

 

subdominante, tornando tudo um pouco mais "light". Dessa forma:

 

I / / / I / / / I / / / I / / /

 

IV / / / IV / / / I / / / I / / /

 

V7 / / / IV / / / I / / / / V7 / /

 

Experimente outra vez. Achou melhor? Não? Tudo bem, qualquer uma das duas

 

progressões esta perfeita e, acho que você deve concordar comigo, soa muito bem.

 

Outra modificação interessante consiste em fazer com que as três últimas batidas do 4o

 

compasso contenham uma tônica com sétima (I7), dessa forma:

 

I / / / I / / / I / / / I I7 / /

 

IV / / / IV / / / I / / / I / / /

 

V7 / / / IV / / / I / / / / V7 / /

 

Toque e ouça o resultado. Do meu ponto de vista soa melhor. Você cria uma nova tensão

 

no meio do fraseado, que é aliviada pela subdominante. Na verdade, se você voltar e der

 

uma espiada na relação de tônicas, subdominantes e dominantes no inicio desta lição

 

perceberá que toda tônica é, ao mesmo tempo, a dominante 7 do acorde de IV grau, de tal

 

forma que o que fizemos foi introduzir mais uma relação tônica/dominante 7.

 

Quando a progressão Blues de 12 compassos é tocada, normalmente a subdominante dos

 

compassos 5, 6 e 10 é substituída pela subdominante 7, da seguinte forma:

 

I / / / I / / / I / / / I I7 / /

 

CURSO DE GUITARRA

 

IV7 / / / IV7 / / / I / / / I / / /

 

V7 / / / IV7 / / / I / / / / V7 / /

 

Se você estivesse tocando esta progressão em A, por exemplo, teria os seguintes acordes:

 

A / / / A / / / A / / / A A7 / /

 

D7 / / / D7 / / / A / / / A / / /

 

E7 / / / D7 / / / A / / / / E7 / /

 

Toque e ouça o efeito de cada acorde. Evidentemente esta não é a única progressão

 

utilizada no Blues mas é, sem dúvida alguma, a mais clássica e, por isto, acredito que deva

 

servir como bom ponto de partida.

 

Freqüentemente no Blues todos acordes que compõem a progressão são tocados como

 

sétimas. Experimente. Na verdade esta é a chave: experimente.

 

Lição XI

 

Escalas - Pentatônica e Blues

 

Escalas pentatônicas são escalas contendo apenas 5 notas. Existem 2 tipos básicos de

 

escala pentatônica, a menor e a maior, ambas derivadas das escalas maior e menor já

 

vistas nas lições anteriores.

 

Tomemos como exemplo a escala de A, que contem as seguintes notas:

 

A B C# D E F# G# A

 

No braço da guitarra temos o seguinte desenho, iniciando na 6a. corda (os círculos brancos

 

indicam a tônica):

 

CURSO DE GUITARRA

 

por CD’s Mania 31

 

A escala pentatônica é obtida pela eliminação do IV e do VII graus da escala. Tem-se

 

portanto uma escala derivada simplificada denominada pentatônica da lá maior:

 

Esta escala pode ser utilizada em substituição à escala maior para execução de solos e

 

improvisações.

 

CURSO DE GUITARRA

 

por CD’s Mania 32

 

Entretanto, como mencionado na introdução, os blues são freqüentemente solados com uma

 

escala menor, o que contribui para o caráter dúbio que este tipo de musica possui. A escala

 

de Am, relativa de C, possui todas as notas desta última escala (rever a lição II), como a

 

seguir:

 

A B C D E F G A

 

No braço da guitarra temos o seguinte desenho:

 

A pentatônica de Am é obtida pela eliminação do II e do VI graus e, pode também ser

 

utilizada em substituição a escala diatônica menor em solos e improvisações. Veja o

 

desenho abaixo:

 

CURSO DE GUITARRA

 

por CD’s Mania 33

 

Esta escala, pentatônica de Am, assim como a escala maior, pode ser repetida para

 

qualquer nota movendo-se este mesmo desenho para cima e para baixo ao longo do braço

 

do instrumento. Embora você pode utilizar esta escala para solos e improvisações de blues,

 

a verdadeira escala blues contem 6 notas, como veremos a seguir.

 

A nota que efetivamente marca o estilo blues, que dá aquela conotação triste às melodias, é

 

a Vb (quinta bemol), uma nota que foi acrescentada entre o IV e o V graus na escala

 

pentatônica menor. Esta nota é tão característica do estilo blues que é normalmente

 

conhecida por blue note (nota triste). Na escala pentatônica de Am, no braço da guitarra,

 

temos então o seguinte desenho:

 

CURSO DE GUITARRA

 

por CD’s Mania 34

 

Peça agora para um amigo tocar a progressão blues vista na lição anterior enquanto você

 

improvisa (ou tenta improvisar) alguns solos utilizando a escala blues.

 

Pronto, você já deve estar mais perto de B.B. King e Muddy Waters do que quanto

 

começou a ler este livro.

 

Lição XII

 

Palavras Finais

 

Acredito que você não espere (ou esperava) tornar-se um musico ou guitarrista apenas

 

lendo um livreto como este. Certo? Entretanto, espero ter lhe ajudado a chegar mais perto

 

de seu objetivo. De qualquer forma aí vão 2 conselhos finais:

 

1. Arranje um bom professor - Você pode aprender sozinho, não há a menor dúvida.

 

Entretanto, um bom professor pode lhe ajudar a vencer mais rapidamente várias

 

etapas e, portanto, tornar-se um músico ou guitarrista com maior brevidade e

 

eficiência. Porém, cuidado. A escolha de um mau professor pode ter conseqüências

 

indesejáveis, inclusivo faze-lo desistir da musica, algo que não seria nada

 

interessante (embora alguns vizinhos possam julgar recomendável). Dê preferência

 

à algum profissional (eu disse profissional) que você já tenha visto tocar e,

 

apreciado a técnica e o estilo. Ouvir alguns alunos deste professor é também um

 

excelente antídoto contra frustração.

 

2. NÃO DESISTA!!!! Tocar bem um instrumento, especialmente guitarra, não é

 

tarefa fácil, pelo menos não para a maioria dos mortais. Entretanto, é possível. Eu

 

acredito que (um dia) ainda vou conseguir e, tenho certeza de que, se você não

 

grossa). A seqüência da escala musical você obterá se seguir o esquema abaixo:

 


Posições corretas das mãos

Mão direita

No exemplo do acorde de Do maior teremos o seguinte posicionamento

     |-----|-----|-----|:E

   P |--3--|-----|-----|:A

     |-----|--2--|-----|:D

   I |-----|-----|-----|:G

   M |-----|-----|--1--|:B

   A |-----|-----|-----|:e

 

Polegar   -P  Atinge a Corda 5 que é o Baixo do acorde

Indicador -I  Atinge a Corda 3

Médio     -M  Atinge a Corda 2

Anular    -A  Atinge a Corda 1

A mão direita deverá cair sobre o tampo do violão fazendo uma espécie de concha. É importante coloca a mão de maneira espontânea sem forçar e sem retesar os nervos.

O polegar deve sempre ficar a frente dos demais dedos num ângulo aproximado de noventa graus em relação ao dedo indicador. Nesta posição o polegar ao tocar a corda 4 não atrapalha o dedo indicador posicionado na corda 3. Observe a Fig. 1.


Fig. 1

Mão esquerda

O polegar e colocado na parte de trás do braço e os demais dedos sobre as cordas na parte da frente. Observe a Fig. 2. A mão deve ser posicionada de tal forma que o polegar não ultrapasse o braço do violão, deixando a mão livre para percorrer o braço do instrumento.


Fig. 2

Na formação de um acorde mantenha os dedos na posição mais vertical possível, isto evita um abafamento indesejado nas outras cordas. Veja Fig. 3.


Fig. 3


Primeiros acordes para estudar

 A (La Maior)                  Am (La Menor)

 

     |-----|-----|-----|:E         |-----|-----|-----|:E

   b |-----|-----|-----|:A       b |-----|-----|-----|:A

     |-----|--1--|-----|:D         |-----|--2--|-----|:D

   . |-----|--2--|-----|:G       . |-----|--3--|-----|:G

   . |-----|--3--|-----|:B       . |-----|-----|--1--|:B

   . |-----|-----|-----|:e       . |-----|-----|-----|:e

 

 

 A7 (La Maior com sétima)              

 

     |-----|-----|-----|:E     

   b |-----|-----|-----|:A     

     |-----|--2--|-----|:D     

   . |-----|-----|-----|:G     

   . |-----|--3--|-----|:B     

   . |-----|-----|-----|:e

 

 

 E (Mi Maior)                 E7 (Mi Maior com sétima)

 

   b |-----|-----|-----|:E       b |-----|-----|-----|:E

     |-----|--2--|-----|:A         |-----|--2--|-----|:A

     |-----|--3--|-----|:D         |-----|--3--|-----|:D

   . |-----|-----|--1--|:G       . |-----|-----|--1--|:G

   . |-----|-----|-----|:B       . |--4--|-----|-----|:B

   . |-----|-----|-----|:e       . |-----|-----|-----|:e

 

 

 D (Re Maior)                 Dm (Re Menor)

 

     |-----|-----|-----|:E         |-----|-----|-----|:E

     |-----|-----|-----|:A         |-----|-----|-----|:A

   b |-----|-----|-----|:D       b |-----|-----|-----|:D

   . |-----|--2--|-----|:G       . |-----|--2--|-----|:G

   . |--3--|-----|-----|:B       . |--3--|-----|-----|:B

   . |-----|--1--|-----|:e       . |-----|-----|--1--|:e

Observe nos acordes acima que o Baixo é sempre dado na corda que emite a nota nomeadora do acorde.


Ritmo, batidas e dedilhados.

 

O Tempo

Para ter uma noção básica sobre o tempo, vamos praticar usando como marcador um relógio, a cada segundo passado toque a 6ª corda do instrumento com o Polegar, siga o ritmo dos segundos sem atrasar e nem adiantar. Vamos tocar a mesma nota a cada segundo que passa.

Então vamos dizer que 1 tempo e igual a 1 segundo.

Agora vamos tocar a cada tempo uma nota diferente.

Usaremos 3 tempos.

No primeiro tempo toque com o polear a 6ª corda;
No segundo tempo toque com o polegar a 5ª corda;
No terceiro tempo toque com o polegar a 4ª corada;

Observe o esquema abaixo:

Tempos      1   2   3   1   2   ...

Dedos       P   P   P   P   P   ...

Repita este movimento até sincronizar com perfeição, um toque a cada tempo.


Ritmo de VALSA:

 

Toca-se com o polegar uma vez o Baixo do acorde, depois com o indicador, médio e anular puxam-se juntas as três cordas mais finas, este
último movimento e repetido duas vezes.

Veja abaixo o esquema:

TEMPOS    1      2       3      1      2    

DEDOS     B     123     123     B     123 ...  

         |_________________|

           Batido completo

B = Baixo Polegar
123 os três dedos juntos
Obs.: O números 123 significam os dedos I, M e A

Exercício para treinar o ritmo de valsa

O baixo deverá ser alternado a cada 1º tempo passado.
No primeiro batido completo no primeiro tempo, o polegar ataca a 6º corda;
No segundo batido completo no primeiro tempo, o polegar ataca a 5º corda;
No terceiro batido completo no primeiro tempo, o polegar ataca a 4º corda;

 

Exercícios para treinar o ritmo de Valsa sobre os acordes:

Toque 2 vezes a batida completa em cada posição.

Tom de La Maior

1ª - A E7 A A7 D Dm A E7 A

Escute o arquivo MID e veja a tablatura do exercício

Tom de La Menor

2ª - Am E7 Am A7 Dm E7 Am E7 Am

Escute o arquivo MID e veja a tablatura do exercício

Repita o exercício até chegar a perfeição das passagens de um acorde para o outro, observando a marcação do tempo que deve ser constante sem atraso ou adiantamento do andamento.


Dedilhado

 

É o processo de tirar notas sucessivas, uma corda de cada vez, cada corda com um dedo diferente.

1º Dedilhado

Tempos     1   2   3   4   1   2   3   ...

 

Dedos      B   1   2   3   B   1   2   ...

          |_____________|

           Ded. Completo

Onde:

B = Baixo

1 = Indicador

2 = Médio

3 = Anular

 

Exercício:

Para praticar este dedilhado vamos treinar no acorde de C (Do maior).

  C 

     |-----|-----|-----|:E

   b |--3--|-----|-----|:A

     |-----|--2--|-----|:D

   . |-----|-----|-----|:G

   . |-----|-----|--1--|:B

   . |-----|-----|-----|:e

Começamos tocando com o Polegar na 5ª corda indicado por b no gráfico, agora toca-se o Indicador na 3ª corda, em seguida o dedo Médio na 2ª corda e finalmente o dedo Anular na 1º corda.

Tente executar no dedilhado o trecho abaixo, aplicando o dedilhado completo duas vezes em cada posição. Você deve alcançar a perfeição quando conseguir fazer as passagens de um acorde para outro seguindo o tempo corretamente.

 

Am - A7 - Dm - Am - E - E7 - Am

Escute o arquivo MID e veja a tablatura do exercício


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Observação Final

 

Neste estudo ofereço uma força para quem quer iniciar o estudo do violão, este são alguns dos primeiros passos para posteriormente iniciar um estudo com mais profundidade.

No principio do aprendizado existe muita dificuldade para se obter um som agradável. Ao fazer os exercícios com atenção, você está coordenando as mãos e melhorando os músculos dos dedos. Este começo é muito difícil sendo um grande desafio, que você pode vencer se for persistente e programar um horário certo para o treino.

- Treinar, que seja pouco mas todo dia;
- Fazer os exercícios com atenção;
- Evitar tocar de qualquer forma para não adquirir vícios;
- Executar os exercícios com atenção na posição correta das mãos;
- Procurar ouvir todos os acordes e memorizar suas características;

 

 
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